Arquivo de novembro \07\-03:00 2012

DEPOIS DA TEMPESTADE…

DEPOIS DA TEMPESTADE…

Devo uma explicação a meus amigos e frequentadores do Blog.

Moro em uma chácara, em uma pequena cidade do interior. Um belo local, a um e meio quilômetro do centro. O problema é que a Internet aqui é precária, não na cidade, porém no final da rua. E um raio, nas últimas chuvas, torrou meus computadores e minha paciência que restava com essa parafernália eletrônica que domina nossas vidas.

A energia voltou. Mas o sinal, não. A saúde retornou também. A paciência… quase.

Para completar, à época de meu último post, a superposição de atividades (ONG, Loja de Informática, Presidência de Clube, reforma de casa, Partido Verde e uma pressão contínua para retornar ao universo confuso da política, acabou levando minha pressão a 22! Sinceramente, cheguei a falecer, sim, como disse um comentarista. Mas ressuscitei e já me encontro quase inteiramente vivo. Coisinha de nada está faltando…

Meus familiares intervieram e, muito acertadamente, manipularam a situação dificultando meu retorno ao acesso à Internet. Virei um eremita, cansado de relações humanas complicadas. E não podia mais ver um computador que me sentia literalmente dominado pela gana de devorá-lo!

No centro de minhas intenções, estava o assunto da organização fantasma , aquela que chamei de Confraria. Naqueles dias, minha indignação chegara ao máximo! Parecia-me o fim do mundo o fato de que instituições sérias, profundamente respeitadas pela sociedade, houvessem se desvirtuado tanto de seus princípios até ultrapassarem o limite mínimo da ética e montar um sistema informal organizado com a finalidade de blindar o acesso dos aposentados a seus direitos.

Rascunhei um artigo excessivamente objetivo e contundente que, hoje vejo, extrapolava o respeito que se deve aos poderes constituídos. Felizmente, amigos e familiares, não me deixaram publicá-lo. Certamente, já me encontrava meio pirado com a situação dos aposentados do BB. O texto era nos moldes do J’ACUSE, de Émile Zola. Quem o conhece, pode imaginar a loucura que me acometeu.

Na verdade, foi um breve surto de indignação exasperada. A coisa não pode ser assim. Nossa capacidade de tolerância deve funcionar também de baixo para cima. “Atire a primeira pedra, aquele que nunca errou no exercício de suas atividades líbero¬-profissionais” – se é que os senhores da língua permitem escrever assim. E não é que até mesmo o Supremo Tribunal Federal, último reduto de moralidade a que não poderia chegar o câncer da corrupção, àquela época já visto com desconfiança por boa parte do público pagante, mostra agora, recentemente, sua disposição para promover a melhor justiça de que o ser humano é capaz?

Os tempos mudam. Demora, mas mudam. No final, prevalecerão a justiça, a dignidade, a honradez, o respeito humano… De outra forma o Demônio terá vencido e vamos todos queimar no inferno.

Nesse tempo todo fora do ar, nunca mais voltei ao blog, por razões de saúde, de dificuldades com a rede e de outras de natureza pessoal. Um amigo ligou, hoje, para me informar de que o superavitsprevi.wordpress.com, esquecido e sem monitoramento, encontrava-se livremente aberto a todo tipo de comentários.

Muita pornografia, minha gente! Posso até entender as razões de cada um. Quando enfio a canela em uma gaveta aberta, bendigo a faculdade de poder soltar um retumbante PQP! Nada funciona melhor! Mas isso em uma situação de dor física e súbito descontrole. Em um instrumento como um blog, criado para veicular insatisfações de uma classe tão experiente como a dos aposentados, acredito que nossa atitude deve ser de contenção, sem extremismos de baixa ordem. Afinal, temos que mostrar a nossos adversários que somos gente inteligente e capaz de externar nossas insatisfações com muita indignação, mas com igual carga de argumentação civilizada.

Muita saudade de muita gente. Edgardo, Juarez, Marcos, Ari, Elias, e um montão de outros mestres e amigos que conheci aqui. Para você, Cláudia do Rio, um abraço especial. A gente ainda vai se falar. Só que vou suspender o blog, talvez por mais algumas semanas, até a poeira baixar…

Até breve,

Paulo Motta.

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